Quando estamos grávidas, focamos muito, muito na mãe, mas na mãe por causa do bebê.
Ai, você tem que se cuidar, agora carrega uma vidinha com você.
- Está tomando tais vitaminas? Seu bebê vai nascer mais inteligente.
- Ai, cuidado, não deixa de prestar atenção na sua filha, porque ela pode ficar com ciúmes do irmão que está na barriga.
Ai, dá vontade de dar aqueles gritos bem sonoros
OIEEEEEEEEEEEEEEEEE... Não sou um transporte público, não sou um transporte particular, sou gente, eu sou a mãe e preciso de tanta ou mais atenção do que os meus filhos.
Porquê?
- Se eu tiver depressão pós-parto, é por uma série de fatores que muitas vezes a pessoa já deu os sinais e ninguém prestou atenção.
- Estafa, estresse, vontade louca de sumir, fora as tristezas súbitas que nos acometem e fica todo mundo querendo saber o porquê.
Nós não temos a resposta pra tudo. Eu queria estar sorrindo muito agora, porque está cada vez mais próximo do meu filho nascer, mas não consigo. Estou sozinha (me sinto sozinha), uma série de cobranças acontecendo, problemas no banco, problemas no trabalho (que ainda repercutem). A casa, a casa começa a cair quando o bebê está pra nascer. Encanamentos, vazamentos, parte elétrica começa a dar curto.
Só que você mora sozinha, com uma filha de 6 anos pedindo atenção, que você brinque, gatas carentes e um barrigão de praticamente 40 semanas.
Todo o emocional tendo que cuidar de tudo, responder para as pessoas que esperar um bebê nascer naturalmente é assim mesmo (o que faz você entrar na ansiedade dos outros e não na sua), e ao mesmo tempo não vem uma pergunta: Oi, vim aqui te visitar e fazer um chá pra você. Ou - Oi, precisa de alguma ajuda com a casa? Quer companhia? Pra dar risada, assistir filmes ou outra coisa.
Então, não deixem suas amigas, filhas, amadas, namoradas, mulheres ou mesmo que sejam somente as mães dos seus filhos (sim, sem uma relação afeto-emocional com o ser que carrega uma vida) passarem a gravidez pedindo ajuda. É um saco e é muito triste. Parece mendincância. Mas se ofereçam, estejam presentes. Das mais várias formas. Isso não significa tratar a gravidez como doença, mas como um momento único na vida da mulher, mesmo que seja a segunda gestação, a terceira... É sempre um momento único e ímpar.
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